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OS SETE PASSOS DA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL


Isaias 40:31

INTRODUÇÃO: O QUE SIGNIFICA “RENOVAÇÃO ESPIRITUAL”

Há vários fatores que ocasionam o envelhecimento ou a decadência espiritual. Os mais comuns são a rotina, a imaturidade, a frieza, o descaso e, por fim, a estagnação da vida cristã. Há cristãos que perdem o entusiasmo e o fervor dos primeiros dias de fé; acostumando-se a uma vida sem poder, testemunho, oração, consagração e crescimento. Nesta situação, se não houver uma reversão imediata, o cristão pode desviar-se dos caminhos do Senhor, o que será ainda pior. Aquele fervor espiritual do início da conversão deveria ser conservado, mantendo assim aberto o caminho da renovação pelo Espírito. A renovação espiritual do crente é uma das operações do Espírito Santo que mais destaque tem encontrado, nos últimos anos, e que se realiza diária e continuamente no meio do povo de Deus.

Quando falamos em “renovação”, estamos nos referindo ao “ato de renovar”, ou seja, o “ato de fazer algo novo outra vez”. Se o cristão é filho de Deus, se passa a desfrutar da natureza divina, o tempo não pode, de forma alguma, atingir a sua estrutura espiritual, pois, a partir do instante em que “nasce de novo”, em que “nasce da água e do Espírito”, o cristão não mais sofre os influxos do tempo e, a exemplo de Deus, a sua vida espiritual passa a ser um “eterno presente”. Se, pois, o cristão desfruta da vida eterna, desde o momento de sua conversão, temos que a vida espiritual é um eterno presente.

Renovar significa “tornar novo”, “recomeçar”, “refazer”, “reaver”, “retornar“. Na renovação espiritual, o Espírito Santo restaura e revigora a obra que anteriormente havia iniciado na vida do crente – Sl 103.5: É ele quem perdoa todas as tuas iniquidades, quem sara todas as tuas enfermidades, quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia, quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”; Rm 12.2:” E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”; Ap 2.4,5: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.”; Cl 3.10: “e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”. Portanto, renovar espiritualmente é:

OS SETE PASSOS DA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL

1. Retornar às experiências espirituais do passado. No início da fé cristã, o homem recebe do Senhor, bênçãos extraordinárias que antes da conversão jamais poderia obter: fortificação pela fé em Cristo, certeza de vida eterna, batismo no Espírito Santo, dons sobrenaturais, milagres, comunhão com Deus, santidade, vida cristã vitoriosa e tantas outras maravilhas que acompanham a salvação. O amoroso Pai tem prazer de, no início da jornada da fé, encher o cristão de vida, graça e poder espiritual. Ele nos eleva muito além das experiências puramente humanas.

Todavia, infelizmente, muitos esfriam na fé e perdem o contato com a Fonte da Graça. Há muitas pessoas na Igreja que conhecem o estilo do culto e os hinos; leem a Bíblia ao menos uma vez por ano; são contínuos contribuintes financeiros, mas não conservaram seu amor pelo Senhor, nem o fervor de outrora. Não aplicam o que ouvem da Palavra de Deus às suas vidas. Estão próximas da igreja, mas distantes de Cristo – são os considerados crentes nominais. Só o Senhor, por meio do seu Santo Espírito, pode revigorar aqueles que perderam a força e a altitude das águias (Is 40.28-31).

2. Restabelecer as bênçãos perdidas. É difícil aceitar que o cristão possa perder algo que recebera de Deus. Alguém imagina que o Pai Celestial jamais retirará as bênçãos de seus filhos, especialmente as espirituais. O cristão que mantém uma contínua e perseverante comunhão com o Senhor certamente não perderá as bênçãos recebidas. O processo pelo qual o Espírito Santo veio habitar em seu interior, quando ocorreu a salvação, estabelece uma situação que não se altera com o decorrer do tempo: a pessoa entrou no reino de Deus, vive em novidade de vida, novidade esta que nunca deixa de existir, daí porque Paulo ter dito que o homem interior se renova de dia em dia, ou seja, que, apesar do decurso cronológico do tempo na vida material, em termos espirituais nada é afetado por causa da passagem dos segundos, minutos, horas, dias, meses ou anos (I Co 4:16).

Porém, a Bíblia é categórica ao afirmar que, se não cuidarmos bem da nossa vida espiritual, poderemos, sim, perder as bênçãos advindas do Senhor. A Palavra de Deus nos diz que podemos perder o amor (Ap 2.4), a alegria da salvação (Sl 51.12), a fé (1 Tm 6.10), a firmeza em Deus (2 Pe 3.17), o poder (Jz 16.20), e muitas outras coisas. É por isso que somos advertidos a guardar o que temos (Ap 3.11).

Graças a Deus, que pela renovação espiritual, o Senhor nos restaura completamente e torna a dar-nos as bênçãos perdidas – Sl 51.10.

3. Receber novas bênçãos. A conversão inclui grandes e ricas promessas de Deus para a vida do cristão, as quais Ele cumpre fielmente. Na renovação espiritual, o Senhor nos dá as bênçãos prometidas que até então não tínhamos recebido (Is 45.3), e nos anima a conquistarmos muito mais (Js 18.3).

Aquele que peca necessita de avivamento ou renovação espiritual, pois o pecado cria um obstáculo entre o homem e Deus, impedindo que venhamos a ter um eterno presente de comunhão com o Senhor. Enquanto estivermos no mundo, o pecado é um risco sempre presente, pois ainda não fomos libertos do corpo do pecado, algo que somente ocorrerá quando passarmos para a eternidade ou, então, se estivermos vivos no dia do arrebatamento, formos transformados.

Na Bíblia, foram registrados grandes avivamentos em que um grande número de pessoas voltou-se para Deus e desistiu de seu modo pecaminoso de viver. Os avivamentos foram liderados por alguém que reconheceu a crise espiritual da nação, superou o medo e tornou a vontade de Deus conhecida às pessoas.

4. A renovação deve ser diária. Assim como o corpo físico revigora-se diariamente, nosso homem interior precisa de constante renovação para manter-se fortalecido e plenamente saudável espiritualmente. Conforme nos orienta a Palavra de Deus, a renovação espiritual deve ocorrer “de dia em dia” (2 Co 4.16). A vida espiritual é uma continuidade, mas uma continuidade que é construída por uma comunhão e obediência exercidas dia-a-dia, momento-a-momento, sem qualquer intervalo. A renovação deve ser consciente e desejada. Precisamos ter consciência da urgente necessidade da renovação espiritual: “…transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Rm 12.2). Assim como a chuva cai sobre as plantações, gerando e produzindo fruto (Sl 65.7-13), devemos pedir ao Senhor que envie sobre nós, sua lavoura, uma abundante chuva de renovação (1 Co 3.10; Sl 72.6,7; Os 6.3). Quando essa chuva começar a cair, o Espírito Santo de Deus certamente fará maravilhas, a começar pelas vidas renovadas. Aleluia!

5. A renovação enseja a operação do Espírito Santo. A renovação mantém o cristão afastado do mundo. A renovação aprofunda o cristão na Palavra de Deus. Quando somos renovados, nosso espírito é impelido pelas verdades eternas da Palavra (Jo 6.63), e nossa fé cresce abundantemente (Rm 10.17).  A renovação dá poder ao cristão. “Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças” (Is 40.31). No dia de Pentecostes, todos os cristãos foram cheios do Espírito Santo (At 2.4). Não obstante, pouco tempo depois foram cheios novamente; do mesmo poder e pelo mesmo Espírito (At 4.30,31). A renovação torna o cristão sensível à direção do Espírito. Quando somos renovados ficamos bem atentos à voz do Espírito, para sermos conduzidos e instruídos por Ele (At 16.6,7; 10.19). Se o Espírito Santo conhece todas as coisas em seus pormenores, pode nos guiar com precisão. Só um cristão renovado tem sensibilidade espiritual para ouvir e obedecer a voz do Senhor: “… Este é o caminho; andai nele…” (Is 30.21).

6. Quem permanece renovado não perde o ânimo. Muitas vezes as lutas e tribulações nos fazem diminuir o passo, reduzir o ritmo de nossa corrida e até pararmos. Para não sermos vencidos na batalha contra o mal, busquemos a renovação espiritual em Cristo. Não podemos parar! Não há espaço para o desânimo: “Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos” (v.14); “Levantai-vos, e andai, porque não será aqui o vosso descanso” (Mq 2.10; 1 Rs 19.7; Hb 10.38).

7. Os que permanecem renovados, são purificados. Às vezes, perdemos a bênção, por entristecermos o Espírito de Deus (Ef 4.30). Quando o Espírito Santo determina que algo seja feito e o homem se recusa a fazê-lo, sendo, como é, uma Pessoa, dotada, portanto, de vontade e de sensibilidade, o Espírito Santo se entristece, fica triste, pois, como ama o ser humano, pois é Deus e Deus é amor (I Jo.4:8), quer sempre o melhor para o homem.

Não podemos entristecer o Espírito Santo (Ef.4:30), pois isto é perigoso, porquanto, quando o Espírito Santo se entristece, toma a mesma atitude que tomou Jesus quando se entristeceu, a saber: lamentou, chorou (Mt.23:37; Mc.3:5; Lc.19:41; Jo.11:35), mas respeita a decisão de desagrado, que poderá conduzi-los à destruição. Neste estágio, porém, o Espírito ainda tenta convencer o homem a converter-se.

CONCLUSÃO

Concluindo, o fogo não pode se apagar! Mas para o fogo não se apagar é necessário lenha continuadamente no altar. Portanto, devemos agir como os sacerdotes do tabernáculo – a cada manhã eles deveriam trazer lenha nova pra colocar no altar do holocausto ( Lv 6:12), pois o fogo nunca poderia se apagar, tinha de estar, sem cessar, ardendo no altar. A lenha fala-nos do combustível do fogo, daquilo que faz com que se mantenha a temperatura e o fervor espiritual. O crente não pode viver de porções passadas que serviram para a estruturação da sua fé, da sua comunhão com Deus. Tudo aquilo que serve de alimento espiritual deve ser cultivado e mantido em porções diárias, sempre renovadas a cada instante, para que o fogo continue ardendo continuadamente em nossas vidas. Glória a Deus!!


(Texto adaptado do Pr. Antônio Gilberto – CPAD)