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TRECHOS NADA ROMÂNTICOS DA HISTÓRIA DA REFORMA PROTESTANTE QUE AS IGREJAS EVITAM MENCIONAR

Por Marco Sousa

Henrique VIII e suas mulheres - Rompimento com a igreja e apoio à reforma protestante por interesses políticos e pessoais.

A história nem sempre começa no ponto que queremos. No plano eterno de Deus ela começa bem antes daquilo que o nosso modelo filosófico estabelece.

Quando lemos o texto sagrado e descobrimos o caráter de Deus revelado por ELE mesmo e não por aquilo que certos autores deste século dizem a respeito DELE, perceberemos que o soberano de Israel sabia que José seria rejeitado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, por causa da maldade que havia nos corações de seus irmãos. ELE sabia também que José seria fiel em todas as circunstâncias, não porque Deus determinou e criou um José fiel, mas porque José amava o Deus de Jacó.

De maneira semelhante ao modo como José foi rejeitado e esteve em terra estranha, Deus enviaria o Messias a este mundo, a uma pátria que não era a dele e ELE também seria rejeitado pela maldade que havia no coração de seus irmãos. Assim como José foi vendido pelo preço de um escravo no Egito (vinte moedas de prata), Jesus também seria vendido por trinta moedas de prata (o preço do escravo na Palestina, no tempo do império romano). Deus não trabalha com determinismo fatalista ou com coincidencias. O homem tem livre-arbítrio. Vejamos um exemplo bíblico: Deus não disse de Davi “Fiz um homem conforme o meu coração”, mas sim “achei um homem”. O livre-arbítrio é o atributo moral dado ao homem pelo Deus justo e soberano que por meio da Bíblia se declara justo e confere aos homens o direito de medir seus atos de justiça pelo testemunho que ELE dá de si mesmo. Certos argumentos teológicos misturados com determinismo estoico são mera enganação e não passam pelo crivo das escrituras, se formos honestos com aquilo que o texto original diz. Deus possui um modus operandi bastante pedagógico, no tocante ao metodo de resgate estabelecido por ELE para seu povo. Biblicamente falando existem sim as determinações e decretos de Deus concernentes a eventos da história do homem, todavia existe também a liberdade dada por ELE aos homens. Deus predestinou e determinou que a igreja será salva e também determinou que o impio será condenado. Isto sim é regra determinada. Não tem conversa.

Podemos dizer que Deus sempre usou seus servos com poder e graça enquanto eles foram fiéis a ELE. Ao abandonarem esta fidelidade a ELE perderam também a sua posição de instrumento a serviço DELE. Saul é um exemplo disto. Outrora fora um servo de Deus que trouxe grandes vitórias ao povo de Israel, mas a bíblia nos conta que ele era desobediente às ordens claras e inequivocas de Deus e o profeta Samuel afirma que tudo teria sido diferente se Saul fosse fiel (I Samuel 13:13). Não existe determinismo no texto sagrado quanto à salvação individual ou rejeição individual dos homens. Não existe biblicamente falando o jargão "uma vez salvo, salvo para sempre" na Bíblia Sagrada (►Confira mais NESTE LINK).

O Deus que transforma a morte em vida é capaz de transformar até as atitudes dos ímpios em benefícios para o seu povo. A reforma protestante na Inglaterra é um exemplo disto, foi feita por um rei ímpio. Certas igrejas protestantes evitam tocar neste assunto.

Não temos preconceitos contra a história real do pecador, afinal o homem é salvo somente pela graça de Deus. Mas a salvação não é o samba do Zeca Pagodinho ao estilo “deixa a vida me levar” é um processo e exige uma interação sinérgica entre o salvo e o seu salvador. Foi o Deus soberano que estabeleceu isto.

Vejamos a história. Embora Henrique VIII tivesse defendido a Igreja Romana com o livro Assertio Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos), que contrapunha as 95 Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o anglicanismo. A igreja anglicana deu origem aos puritanos e metodistas (servos fiéis de Deus de conduta irretocável, todavia preservaram algumas práticas do catolicismo, dentre elas o batismo infantil). Depois de abrir as portas para a reforma protestante inglesa de modo bastante controverso, o rei inglês continuou suas aventuras amorosas. A amante que dava lugar à sua substituta

Lutero e Calvino certamente falharam depois que a reforma estava concluída, principalmente nas questões relacionadas ao uso da violência (não se pode tapar o sol com a peneira e omitir estes fatos), mas Deus nunca falhou. Em meio ao movimento que ficou conhecido como reforma protestante Deus estava libertando a igreja do cativeiro religioso e das trevas da idade média.

Parece que a doutrina reformada da depravação humana não era simplesmente crida, mas deliciosamente vivida - Semelhante ao hedonismo religioso dos nossos dias, embebido por uma velha e antibíblica doutrina que afirma que Deus predestinou os pecados dos homens, mas os eleitos se safarão... Segundo esta teoria reformada, o homem pode fazer o que quiser que nada disto poderá interferir na salvação dada por Deus aos seus eleitos antes da fundação do mundo. Neste projeto o climax da redenção não é a cruz - é o decreto inicial e individual - e Cristo não é o sujeito principal da redenção, mas um mero coadjuvante ou um atuador secundário, que veio buscar a encomenda marcada, carimbada e deixada no correio... Inclusive a expiação de Jesus é limitada segundo este projeto inventado por homens... Este evangelho é outro e não está escrito na Bíblia Sagrada.

Que Deus tenha piedade do seu povo!!!