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AS PERSEGUIÇÕES PROTESTANTES AOS BATISTAS


 AZUL ► A EUROPA PROTESTANTE - Nos mesmos lugares em que os anabatistas (precursores dos batistas) auxiliaram na execução da reforma, foram perseguidos anos mais tarde pelos reformadores e pelas  igrejas protestantes.


AS PERSEGUIÇÕES PROTESTANTES

Ainda que os reformadores protestantes dos séculos 16 ao 18 exigissem liberdade religiosa da Igreja Católica Romana, em muitos casos, eles não concederam liberdade a outros. Um fato raramente dito na história da Igreja, e, portanto, pouco conhecido, é que os Protestantes da época da Reforma perseguiram Batistas e outros que divergiam deles.  

ZUÍNGLIO, EM ZURIQUE, SUÍÇA, FOI UM PERSEGUIDOR

1. Antes de adotarem princípios Batistas, os líderes Anabatistas Conrad Grebel (1498-1526), Felix Manz, e George Cajacob estavam com Zuínglio no começo de sua obra em Zurique. Diferentemente de Zuínglio, eles mudaram para além do Protestantismo e da igreja estatal, para uma verdadeira fé e prática do Novo Testamento. 

2. No fim do ano de 1524, Grebel e Manz tomaram uma posição contra o batismo infantil e desejaram estabelecer uma igreja verdadeira composta somente de membros regenerados e batizados tendo somente a Ceia do Senhor como memorial.

3. Em 17 de janeiro de 1525, uma disputa entre Zuínglio e os que se opunham ao batismo infantil ocorreu em Zurique diante do conselho da cidade. A decisão não demorou a sair. No dia seguinte, o conselho decretou que todos os bebês com oito dias de vida deveriam ser batizados, e aqueles que não o fizessem seriam banidos da cidade. Outro decreto de 21 de janeiro proibiu todos os oponentes do batismo infantil de se reunirem ou de pregar em público.

4. No primeiro dia da proclamação feita pelo conselho da cidade, Grebel, Manz, Cajacob e outros que tinham o mesmo pensamento se reuniram, desafiando o decreto, mas em obediência a Palavra de Deus e determinados a formar uma igreja baseada em princípios bíblicos, como eles a viam nesse ponto. Cajacob foi primeiro batizado por Grebel confessando sua fé em Cristo; Cajacob, na sua vez, batizou os outros. O batismo foi por aspersão, porém, mais tarde, eles adotaram a imersão. Em uma semana, mais trinta e cinco pessoas foram batizadas.

5. Em março daquele ano, a influência de Zuínglio sobre o conselho da cidade fez com o que o mesmo emitisse um forte edito contra os Anabatistas, que foi ratificado em novembro:

"Vocês sabem, sem dúvida, e temos ouvido de muitos, que por um longo tempo, alguns homens que se consideram letrados, tem promovido espantosamente, e sem qualquer evidência da Sagrada Escritura, dando como pretexto de serem simples e piedosos homens, a pregação, e sem a permissão e consenso da igreja, do ensino de que o batismo infantil não procede de Deus, mas do diabo, e, portanto, não deve ser praticado.... Nós, portanto, ordenamos e exigimos que a partir de agora, todo homem, mulher, rapazes e moças abandonem o rebatismo, e o desconsiderem daqui por diante, e façam com que seus bebês sejam batizados; quem quer que agir de modo contrário a este edito público deve ser penalizado por toda a ofensa causada, conforme indicado, e SE ALGUÉM FOR DESOBEDIENTE E OBSTINADO DEVERÁ SER TRATADO COM SEVERIDADE; pois quem obedecer será protegido, o desobediente será punido de acordo com sua falta, sem falha; por este todos devem portar-se. Confirmamos tudo isso por meio deste documento público, marcado com o selo de nossa cidade, e dado no dia de Santo André, ano do Senhor de 1525". 

6. Os Anabatistas e seus líderes, incluindo Grebel e Manz, foram presos.

7. Em dezembro de 1527, Felix Manz, Jacob Falk, e Henry Reiman foram condenados a morte por afogamento. O conselho decretou: "Qui mersus fuerit mergatur", ou "os que submergem, que sejam submergidos". O líder protestante Gastins escreveu: "Se eles são a favor da submersão, então que sejam submergidos". (De Anabaptiami, 8. Basite, 1544, citado por Christian). Os Batistas foram entregues ao executor, que amarrou as suas mãos, os colocou em um barco e os lançou na água. Alguns Protestantes, debochadamente, chamaram isto de "terceiro batismo".

O mártir Batista Felix Manz (ou Mans, ou Mentz) (1498-1527) foi um homem muito instruído, hábil em latim, grego e hebraico. Enquanto era levado pela cidade de Zurique até o barco, ele louvava a Deus por estar indo morrer por causa da verdade da Palavra de Deus. Sua velha mãe e o seu fiel irmão o exortavam a ser forte até a morte. Depois de declarar "em tuas mãos, Senhor, eu entrego meu espírito", ele foi cruelmente afogado. O líder protestante Henry Bullinger, em Genebra, registrou a execução de Manz e a apoiou (Reformations Geschichte, II. 382, citado por Christian).

8. Outro Batista que foi atormentado por aqueles influenciados por Zuínglio foi BALTHASAR HUBMAIER.

Ele era um homem de grande conhecimento e tinha sido amigo próximo de Zuínglio no começo, e eles tinham lutado juntos contra o catolicismo. Mas Hubmaier desejou seguir a Bíblia em todas as questões e rejeitou o batismo infantil e se tornou um Batista.

Ele escreveu livros influentes em defesa de sua fé e um deles foi sobre o batismo de crentes. "A ordem é para batizar aqueles que creem. Batizar aqueles que não creem, portanto, é proibido". Ele estava certo.

Ele escreveu também contra a perseguição, intitulado "Concerning Heretics and Those That Burn Them". Seu pensamento era de que não era a vontade de Jesus Cristo condenar homens a morte por suas crenças, que o objetivo das igrejas é de salvar homens, não queimá-los. 

Ele foi preso pelos Protestantes de Zurique em janeiro de 1526 e permaneceu lá por quatro meses. Seu apelo ao antigo amigo Zuínglio foi ignorado. Sua esposa também foi presa e sua saúde ficou abalada. Ele tinha acabado de se recuperar de uma doença que quase o levou a morte. Nesta triste e desencorajada condição, ele foi torturado na roda pelas autoridades Protestantes; e em seis de abril de 1526, este combalido homem concordou em abandonar suas crenças.

O povo de Zurique se reuniu na catedral para ouvir a retratação deste bem conhecido pregador Batista. Zuínglio primeiro pregou um sermão contra os heréticos. Então todos os olhos se voltaram para Hubmaier, que foi a frente para ler a sua retratação. Começando a falar com voz trêmula ele se desatou a chorar. E como se agitava de um lado a outro em agonia, ele foi subitamente fortalecido pelo Senhor. Gritando ele disse: "O BATISMO INFANTIL NÃO É DE DEUS, E HOMENS DEVEM SER BATIZADOS PELA FÉ EM CRISTO!". Irrompeu o pandemônio! Alguns gritavam contra ele enquanto que outros aplaudiam efusivamente. As autoridades de Zurique rapidamente o levaram de volta a prisão.
     
Lá ele escreveu essas abençoadas palavras de louvor a Deus: "Ó, Deus imortal, esta é minha fé. Eu a confessei com meu coração e minha boca, e a testifiquei publicamente diante da Igreja no batismo. Eu fielmente oro a ti para que graciosamente me mantenha nela até o meu fim, e que por essa fé eu possa afastar todo o temor mortal e timidez, diante da tirania, tortura, espada, fogo ou água, eu agora apelo a ti. Ó meu misericordioso Pai, me levante novamente pela graça do teu Santo Espírito, e não permita que eu me aparte sem esta fé. Assim, eu oro a ti do fundo do meu coração, por Jesus Cristo, teu mais amado Filho, nosso Senhor e Salvador. Pai, em ti eu ponho minha confiança, que eu nunca seja confundido".

Esta oração foi respondida, pois Hubmaier foi para o Senhor e foi fiel até a morte. Depois daqueles acontecimentos, foi permitido que ele deixasse Zurique, indo então para a Morávia, onde ele teve um ministério frutífero e uma colheita de almas foi trazida ao Senhor.  

No dia 10 de março de 1528, em Viena, ele foi queimado na estaca, e morreu na fé que pregou. Sua fiel esposa cristã foi afogada oito dias depois.

9. Por esse tempo, Zuínglio escreveu um odioso livro contra os Anabatistas chamado Elenchus contria Catbaptistas, ou Refutation of the Tricks of the Catabaptists or Drowners. Ele chamou os Anabatistas de "asnos selvagens" e outros insultos e disse que suas imersões eram do diabo e que os Anabatistas iriam todos para o inferno.

10. Nessa época, a perseguição foi instigada contra os Batistas em Saint Gall, Suíça. 

Pregadores Batistas como Konrad Grebel e Eberle Polt pregaram com grande sucesso em Saint Gall e milhares por todo o país confessaram a Cristo e foram batizados.

Na instigação de Zuínglio, o conselho da cidade de Saint Gall determinou os matar por afogamento se eles recusassem a sair do território. Em 9 de setembro de 1527, eles emitiram o seguinte decreto:

"Para que a perigosa, ímpia, turbulenta e sediciosa seita dos Batistas possa ser erradicada, assim decretamos: Se alguém é suspeito de rebatismo, o tal deve ser alertado pelo magistrado a sair do território sob a pena designada [ser afogado]. Toda pessoa está obrigada a informar os que são favoráveis ao rebatismo. Qualquer pessoa que não cumprir esta ordem está sujeita a punição de acordo com a sentença da magistratura. Os que ensinam rebatismo, os que pregam sobre o batismo, e líderes de reuniões privadas DEVEM SER AFOGADOS. Os que anteriormente foram soltos da prisão que juraram desistir de tais coisas, devem ser sujeitos a mesma penalidade. Batistas estrangeiros devem ser expulsos, se voltarem DEVEM SER AFOGADOS. Não é permitido a ninguém abandonar a igreja [Zuingliana] e se abster da Santa Ceia. Quem quer que fugir de uma jurisdição para outra deve ser banido ou extraditado por direito".

O decreto de 26 de março de 1530 foi ainda mais severo: "Todos os que são aderentes ou a favor da falsa seita dos Batistas, e que frequentam reuniões privadas, devem sofrer as mais severas punições. LÍDERES BATISTAS, SEUS SEGUIDORES, E PROTETORES DEVEM SER AFOGADOS SEM MISERICÓRDIA. Aqueles, entretanto, que os assistem, ou falham em informar ou em prendê-los devem ser punidos de outro modo nos seus corpos e nos seus bens como injuriosos ou súditos infiéis".

11. Esta inquisição Protestante foi muito similar a católica. Os Protestantes exigiam que todo cidadão se submetesse a sua doutrina e prática sob pena de morte. Eles exigiam que todo cidadão se tornasse um espião para informar da presença de dissidentes. Não somente eram os dissidentes perseguidos, assim era também com aqueles que os ajudavam de alguma forma, incluindo aqueles que falhavam em informar as autoridades.

12. Zuínglio era um hipócrita na questão da perseguição. Ele falava contra os católicos quando eles perseguiam Protestantes, mas apoiava a perseguição de Batistas. Em suas 67 teses contra Roma, Zuínglio disse: "Nenhuma coação deve ser empregada no caso de não reconhecerem seus erros, a menos que pela sua sediciosa conduta eles perturbem a paz de outros". Porém, ele ignorava sua própria regra e obrigava os outros a crer como ele. Os Batistas não eram sediciosos. Eles não tentavam derrubar o governo. Eles meramente desejavam praticar sua própria fé em paz.  

13. As perseguições Protestantes na Suíça continuaram no século 17. "No concílio de Genebra, em 1632, Nicholas Anthoine foi condenado a ser primeiro enforcado e depois queimado por sua oposição a Trindade; e na Basiléia e em Zurique, desde a Reforma, a heresia era um crime punido com a morte, como a condenação de David George e Felix abundantemente provam" (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, p. xxviii).

14. Até o final de 1671, 700 pessoas, sem teto e sem recursos, foram expulsas de Berna. Foi grande o sofrimento de idosos e jovens (Richard Cook, The Story of the Baptists, 1888, p. 65).

LUTERANOS NA ALEMANHA FORAM PERSEGUIDORES

1. Examinando agora a posição de Martinho Lutero sobre a perseguição.

É importante entender que Lutero mudou sua posição em muitos pontos importantes. Nos primeiros dias de sua reforma, por exemplo, Lutero ensinava que o modo adequado de batismo era a imersão.

Ele, porém, mudou em consideração a isso. Em seu Novo Testamento alemão, ele traduziu batismo como "mergulho", que é uma boa tradução em que o termo significa colocar dentro da água e tirar da água. O termo "imersão", por outro lado, não tem a conotação de tirar fora da água.

Em 1518 ele ensinou não somente que a palavra "baptizo" quer dizer imergir, mas que o sentido da ordenança aponta para a imersão. "Esse é o sentido que o batismo exige, pois significa que o velho homem e o nascimento em pecado da carne e sangue devem ser completamente mergulhados pela graça de Deus. Portanto, um homem deve suficientemente cumprir o seu sentido e um gesto correto e perfeito. O gesto se apóia nisto, que um homem mergulhe uma pessoa na água no nome do Pai, etc, mas não o deixando lá, mas o levantando novamente; assim, isto é chamado retirar da fonte ou das águas. E assim todos devem fazer ambos; o mergulhar e o levantar. Terceiro, o sentido é uma morte salvífica dos pecados e da ressurreição da graça de Deus. O batismo é uma lavagem do novo nascimento. Também é um mergulho dos pecados no batismo" (Luther, Opera Lutheri, I. 319. Folio edition).      

Lutero parece um Batista aqui, mas ao mesmo tempo, ele defendia a prática não bíblica do batismo infantil; e logo ele abandonou o debate sobre o batismo e se tornou um inimigo dos Anabatistas.

Lutero também mudou em consideração a perseguição e ao derramamento de sangue. No começo de sua carreira reformista, ele não apoiava a sentença de morte contra falsos mestres, ainda que ele apoiasse sua breve perseguição de morte e seu banimento.

"Ainda que fosse naturalmente um homem de temperamento zangado e violento, ele era avesso a punição de heréticos com a morte. Ele diz em seus escritos: "eu sou totalmente avesso ao derramamento de sangue, mesmo no caso de uma pessoa a merecer; eu tenho o maior temor, porque, como os papistas e judeus, sob esta pretensão, destruíram santos profetas e homens inocentes, assim eu temo que o mesmo possa acontecer entre nós mesmos, se, em uma única circunstância, fosse permitido legalizar a condenação de enganadores a morte. Eu, portanto, de nenhum modo consinto que falsos mestres devam ser mortos". Mas, para todas as outras punições, ele parece pensar que podem legalmente, ser empregadas, pois segundo a passagem acima, ele acrescenta, é suficiente que eles sejam banidos. Conforme esses princípios, ele persuadiu os príncipes da Saxônia a não tolerar em seus domínios os seguidores de Zuínglio, por sua opinião sobre o sacramento, para não entrar em quaisquer termos de união com eles, para sua defesa comum contra as tentativas dos católicos de os destruir. ... Ele também escreveu a Alberto, Duque da Prússia, para o convencer a bani-los de seus territórios (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, pp. xxvii, xxviii).

Lutero mudou dramaticamente mais tarde. Ele apoiou a completa destruição dos camponeses revoltosos. "Mas quando os camponeses da Alemanha tentaram aplicar esta 'liberdade' a si mesmos ao derrubar a tirania dos lordes e ganhar sua independência, Lutero se enfureceu contra eles: 'os camponeses não ouvirão; eles não deixarão ninguém lhes dizer nada; seus ouvidos devem ser arrancados com balas, até que suas cabeças saltem fora de seus ombros. ... Dos obstinados, endurecidos, cegos camponeses, que não se tenha misericórdia, mas todo que for capaz, os corte, esfaqueie, mate, abata como se fossem cães loucos, ... assim a paz e segurança podem ser mantidas, ... etc"' [Martin Luther, Werke, Erlangen edition, vol. 24, p. 294; vol.15, p. 276; passim.]. Os escritos de Lutero sobre a guerra aos camponeses são cheios de expressões como as acima. Quando anos mais tarde ele foi reprovado por essa linguagem violenta, e por incitar os lordes nos territórios a os massacrar sem misericórdia (eles assassinaram por volta de 100.000 camponeses), ele respondeu desafiadoramente: 'fui eu, Martinho Lutero, quem matou todos os camponeses na insurreição, pois eu mandei que eles fossem mortos. Todo esse sangue está sobre meus ombros. Mas eu o lanço ao nosso Senhor Deus que me ordenou falar deste modo' [Martin Luther, Werke, Erlangen edition, vol. 59, p. 284] (William McGrath, Anabaptists: Neither Catholic nor Protestant).

Lutero também se voltou contra os Anabatistas que outrora simpatizava. "Lamentavelmente ainda, Lutero reagiu com igual violência contra os Anabatistas que tentaram aplicar o princípio de 'liberdade' a si mesmos. Ainda que ele soubesse que existiam tanto Anabatistas não resistentes e inofensivos, bem como facções de revolucionários sociais, ele condenou todos juntos – favorecendo uma política de extermínio" (William McGrath, Anabaptists: Neither Catholic nor Protestant).    

2. Em 1529, a imposição da DIETA DE SPEYER lançou a sentença de morte sobre todos os Anabatistas. Este concílio foi composto tanto de católicos quanto de príncipes protestantes e chefes de estado. Eles se odiavam e não conseguiram ter êxito mesmo nessa Dieta, mas eles odiavam os Anabatistas ainda mais!

3. A proclamação da Dieta acelerou grandemente o programa de extermínio já em curso.

"Quatrocentos homens foram empregados para caçar Anabatistas e os executar de imediato. O grupo mostrou ser pequeno demais e foi aumentado para mil... milhares de Anabatistas foram vitimas cruéis de uma das maiores perseguições da história do cristianismo. ...Queimar em feixes e em estacas marcou sua jornada pela Europa" (Halley).

4. Em 1538, o príncipe de Hesse, na Alemanha, escreveu ao rei Henrique VIII da Inglaterra e o incitou a perseguir os Anabatistas. Ele declarou: "Não existem governantes na Alemanha, quer sejam papistas ou que professem as doutrinas do Evangelho [Protestantes], que aflijam esses homens se eles caem em suas mãos. Todos os punem rapidamente. Usamos de uma moderação justa, o qual Deus exigiu de todos os bons governantes. Se alguém teimosamente defende os erros blasfemos e ímpios dessa seita, não produzindo nada com que faça que o ensino deles seja verdadeiro, esses tais são mantidos por um bom espaço de tempo na prisão, e às vezes severamente punidos lá; ainda que de tal forma eles sejam tratados, a morte é adiada, na esperança de sua retratação, e desde que haja alguma esperança, é mostrado a possibilidade de perdão. Se o obstinado demonstra que não irá abdicar, então ele é condenado a morte" (Evans, The Early English Baptists, capítulo 2). Esta era a "moderação" Protestante!  

5. "Seckendorf também nos diz que os magistrados luteranos de Wittenburg condenaram a morte um certo Pestelius, por ser um zuingliano, ainda que isto fosse desaprovado pelo príncipe da Saxônia. Vários Anabatistas foram também mortos pelos luteranos, por sua insistência em propagar seus erros" (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, p. xxviii).

6. URBANUS RHEGIUS foi um líder Luterano em Augsburgo que perseguiu Batistas. 

Ele publicou um livro contra os Batistas em 1528. A ilustração da página título demonstra o ódio dos Luteranos contra esta seita. Ela mostra um rio correndo rumo a um grande oceano, como uma expansão das águas. Os Batistas são mostrados entrando na água e então sendo levados para fora do mar para um flamejante fogo.

Assim, as águas de batismo de crentes são descritas como o caminho para o inferno. Esta era a típica posição Protestante nessa época.

Rhegius foi o principal instigador das perseguições na cidade protestante de Augsburgo. O historiador Philip Schaff, ele próprio um Luterano, e certamente não preconceituoso contra os Protestantes, disse: "Rhegius incitou os magistrados contra eles" (Schaff, History of the Christian Church, VI. 578).  

Hans Koch e Leonard Meyster foram mortos em 1524.

Rhegius causou a expulsão da cidade do pastor Batista Hans Denk em 1527.  Ele causou a prisão e banimento do pastor Langenmantel em outubro daquele ano. Leonard Snyder foi morto em 1527.

Muitos morreram na prisão, incluindo Hans Hut, cujo corpo foi queimado em praça pública em Augsburgo. O pastor Batista Seebold foi morto em abril de 1528, e mais doze foram depois mortos naquele ano. Muitos foram torturados e marcados com ferro quente. Um teve sua língua cortada por falar contra o batismo infantil.

7. O reformador Luterano OSIANDER, em Nuremberg, Alemanha, perseguiu e ameaçou de morte os Anabatistas em sua área.

Hans Denk, que mais tarde pastorearia a maior igreja Batista em Estrasburgo, foi escolhido reitor do colégio Luterano Saint Sebald em Nuremberg. Nessa época, Denk começava a formar a sua posição Anabatista e logo ele entrou em conflito com os Protestantes. 
 
Em Janeiro de 1525, Denk foi banido da cidade por Osiander e foi alertado que caso se aproximasse 10 quilômetros dela seria morto.

Denk se mudou para Augsburgo, foi batizado pelo pregador Anabatista Hubmaier, e se tornou pastor de uma forte igreja Batista nessa cidade, com 1100 membros.

Consequentemente, o já mencionado líder Luterano Urbanus Rhegius perseguiu Denk e o expulsou de Augsburgo. 
 
8. Outro bem conhecido líder Luterano foi MARTIN BUCER (1491-1551). Ele foi influente em Augsburgo e fez com que o conselho da cidade perseguisse os Anabatistas.  
 
Bucer era constantemente frustrado pelo conselho da cidade, porque eles hesitavam em perseguir os Anabatistas como ele intensamente desejava, chamando ele isso de "o pecado do conselho". 
 
No caso de Pilgram Marbeck e outros, ele teve êxito.

Marbeck era um notável engenheiro civil que teve que fugir por causa da perseguição na região do Tirol, controlada pelos católicos.
 
Ele chegou em Augsburgo em 1530 e pregou corajosamente não somente contra os erros de Roma, mas também contra os erros dos reformadores Protestantes.

Quando ele publicou dois livros defendendo suas visões em 1531, o conselho da cidade proibiu sua distribuição e o intimou a dar explicações.
 
Bucer estava lá e se opôs a ele, e em 18 de dezembro, o conselho da cidade baniu o pregador Anabatista no meio do inverno. Bucer apoiou este cruel decreto.
 
Em 1529, o conselho da cidade em Augsburgo, influenciado pelos Protestantes, prendeu os pregadores Jacob Kantz e Reublin em uma úmida cela na torre. 

Kantz chamou os reformadores de "carpinteiros sem habilidade, que destroem violentamente tudo, mas são incapazes de montar alguma coisa em conjunto". Este era um sentimento verdadeiro de um ponto de vista Batista, mas os Protestantes não se importaram muito com isso

Quando na prisão, os Batistas escreveram em defesa do batismo de crentes como uma expressão simbólica da fé em Cristo. Eles disseram que "fé confessada é como o vinho, e o batismo é o sinal exposto que mostra que o vinho está no interior". 

Em 1534, o conselho da cidade expulsou todos os Batistas com apenas oito dias de alerta. No ano seguinte, o conselho protestante da cidade decretou que todos os bebês deveriam ser batizados ou os pais seriam punidos, e ninguém deveria dar qualquer proteção ou assistência aos Anabatistas.

Em 1538, não tendo conseguido se livrar de todos os odiados Anabatistas, o conselho protestante de Augsburgo decretou que aqueles que retornassem para a cidade a primeira vez deveriam ter um dedo arrancado, ser marcados com ferro quente no rosto, ou serem postos em uma coleira de ferro.

Se eles voltassem novamente, seriam afogados. Com um aspecto franco, a proclamação acrescentava: "Fizemos isso não para que os homens creiam como nós. Isso não é uma questão de fé, mas para prevenir a divisão na Igreja". Bem, a divisão se fez estritamente em questões de fé! 

JOÃO CALVINO EM GENEBRA FOI UM PERSEGUIDOR

1. Calvino forçou a doutrina e práticas cristãs na ponta da espada. Em outubro de 1563, o governo de Genebra queimou vivo Miguel Serveto por heresia. Serveto defendia a visão unitariana e foi definitivamente um falso profeta, mas o Novo Testamento em nenhum lugar instrui as igrejas a matar falsos profetas. A sentença de morte de Serveto foi apoiada não somente por Calvino, mas também por Melanchthon na Alemanha e Bullinger em Genebra e por outros líderes Protestantes que foram consultados sobre o caso.

2. Outro homem foi também condenado a morte a mando de Calvino. "Ele era tão inteiramente a favor de medidas de perseguição, que escreveu um tratado em defesa delas, mantendo a legalidade da condenação de heréticos a morte, e ele levou essas rígidas teorias a prática, em sua conduta em relação a Castellio, Jerom Bolsee, e Serveto, cujos destinos são tão bem conhecidos que nem precisam ser aqui repetidos. No concílio de Genebra, em 1632, Nicholas Anthoine foi condenado a ser primeiro enforcado e depois queimado por se opor à doutrina da Trindade..." (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, p. xxviii).

3. Nos dias do rei Eduardo VI da Inglaterra, Calvino escreveu uma carta ao lorde protetor Somerset e o instigou a condenar os Anabatistas a morte: "Todos esses merecem ser punidos pela espada, visto que conspiram contra Deus, que o colocou em seu trono real" (John Christian, A History of the Baptists, Vol. 1, cap. 15).

4. O historiador John Christian observa que Calvino "foi responsável em grande parte pelo ódio demoníaco e feroz hostilidade que os Batistas da Inglaterra encontraram".

PERSEGUIÇÃO DOS CALVINISTAS NA HOLANDA CONTRA OS ARMINIANOS

"Se passamos para a Holanda, veremos também lá que os reformadores foram, a maioria deles, nos princípios e medidas da perseguição... a mais ultrajante disputa de todas que já existiu entre calvinistas e arminianos...
O momento em que os dois grupos tinham um dogma em disputa, a controvérsia se tornou irreconciliável, e foi conduzida com a mais abusiva violência. Os ministros da predestinação não entraram em acordo, os remonstrantes [não-calvinistas] foram objetos de seu zelo furioso, de quem eles denominavam mamelucos, demônios e pragas, incitando os magistrados a destruí-los, e quando o tempo de novas eleições chegou, eles oravam a Deus para tais homens, como fossem zelosos, para que fossem mortos, ainda que isso custasse todos os negócios de suas cidades. Finalmente, um sínodo sendo reunido, agiram como de costume, estabeleceram os seus princípios de fé com confiança em si mesmos, condenaram a doutrina dos remonstrantes, privaram os seus antagonistas de todos os seus ofícios; e finalizaram humildemente rogando a Deus e seu poder superior, para colocar seus decretos em execução, e ratificar a doutrina que eles expressavam. Os Países Baixos se engajaram nesta caridosa e cristã exigência, pois tão logo o sínodo foi concluído, Barnwelt, um amigo dos remonstrantes e de suas opiniões, foi decapitado, e Grotius condenado a prisão perpétua; e por causa que nem todos os ministros dissidentes obedeceram, para se abster em definitivo do exercício de suas funções religiosas, os Países Baixos passaram uma resolução de os banir, sob pena, se eles não se submetessem, de serem tratados como perturbadores da ordem pública" (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, pp. xxviii, xxix).

A IGREJA DA INGLATERRA FOI UMA PERSEGUIDORA

A Igreja Anglicana foi formada 1534 pelo rei Henrique VIII, e desde então até o final do século 17, Batistas e outros que recusaram a se submeter a igreja estatal foram perseguidos. 

PERSEGUIÇÃO DE BATISTAS NOS DIAS DO REI HENRIQUE VIII DEPOIS DE SEU ROMPIMENTO COM ROMA

1. Henrique VIII subiu ao trono em 1509, e três vezes durante seu reinado ele denunciou Anabatistas através de proclamações oficiais. Esta é, a propósito, uma prova conclusiva que existiram Batistas na Inglaterra neste tempo.

2. Em 1534, Henrique VIII rompeu com Roma e formou a Igreja da Inglaterra.

3. Em 1535, 28 holandeses foram presos e 14 queimados, e pelo menos um deles era mulher. O historiador Stowe diz que eles negaram que Cristo tinha nascido tanto Deus quanto homem, mas não é possível determinar nesta época o que eles exatamente acreditavam além do que os seus inimigos os acusavam. Latimer, que foi capelão durante o reinado de Henrique e que mais tarde foi ele próprio queimado pela rainha Maria, descreveu a morte desses holandeses e disse que eles foram para a estaca "sem qualquer medo, confiantemente".   

4. De acordo com Foxe, citando os registros de Londres, 19 outros Anabatistas foram mortos em várias partes do reino em 1535.

5. Em outubro de 1538, o rei designou Thomas Cranmer, como novo Arcebispo de Canterbury (após a morte de William Warham), para chefiar uma comissão encarregada de promover ações contra os Batistas onde quer que eles fossem encontrados. Ele ordenou que os livros dos Batistas fossem confiscados e queimados. "Até mesmo nossos reformadores que viram as chamas que os católicos acenderam contra seus irmãos, também fizeram fogueiras para consumir aqueles que divergiam deles. As mãos de Cranmer ficaram marcadas com o sangue de muitos. John Lambert e Anne Askew nunca deram testemunho de seu zelo destruidor" (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, p. xxix).

6. Em 1539, mais dois Anabatistas foram queimados. 

7. Anne Askew foi presa, torturada, e finalmente queimada em julho de 1546. Ela foi morta pelas mãos da Igreja da Inglaterra depois de sua separação de Roma.

Depois que essa mulher de 24 anos foi condenada a morte e aprisionada na Torre de Londres a espera da execução, seus perseguidores tentaram fazer com que ela informasse sobre outros crentes. Eles também esperavam ter informações contra a rainha Maria, a esposa de Henrique VIII. Quando Anne recusou a dar qualquer informação eles colocaram esta frágil senhora na roda e ordenaram a Sir Anthony Knyvet, chefe da Torre, a instruir seu carcereiro a torturá-la. Ele assim o fez, mas não muito severamente, sendo complacente por causa de sua natureza feminina. Não estando satisfeito com a tortura aplicada por Knyvet, Thomas Wriothesley, Chanceler da Inglaterra, senhor de muitas terras na ilha, e advogado geral da Coroa Inglesa, raivosamente tomou o controle da roda com suas próprias mãos e torturou a piedosa mulher com uma ferocidade desumana. Assim com a intenção de conseguir o nome de qualquer senhora de posição que acreditasse na graça de Jesus Cristo, eles a torturaram cruelmente, tirando seus ossos e juntas do lugar, tanto que ela ficou incapaz de caminhar depois disso e teve que ser carregada para a execução em uma cadeira. Durante todo o tempo ela não reclamou e suportou seus terríveis tormentos com a graça da paciência dada pelo Senhor, se recusando a entregar qualquer de seus amigos aos torturadores. Por fim, ela ficou inconsciente diante das dores, e Sir Knyvet a tomou em seus braços e a deitou no chão. Quando ela retomou a consciência e enquanto ainda estava deitada no chão de pedra, Wriothesley permaneceu junto dela por mais de duas horas tentando convencê-la a reconsiderar as suas posições religiosas.

Em seu testemunho escrito, essa corajosa mulher cristã deu um glorioso testemunho de sua fé em Jesus Cristo e em Seu sangue e graça somente, para a salvação, e ela declarou que sua única autoridade era a Bíblia. Ainda que seu pai, marido, e filho a tenham abandonado por causa de sua fé, e ainda que tenha sido odiada pelas autoridades de seu próprio país, podemos estar certos de que esta humilde senhora cristã não foi abandonada pelo seu Pai Celestial. "Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá". (Salmos 27:10).

Anne e três outros dissidentes contrários a Igreja da Inglaterra foram trazidos para a praça de execução em 16 de julho de 1546. Quando foram presos na estaca, foi lhes oferecido um perdão caso assinassem um documento de retratação. Eles se recusaram até mesmo de ver o documento que continha o perdão e declararam que não tinham vindo naquele lugar para negar ao seu Senhor. Nisso, o fogo foi aceso e Anne e seus amigos em Cristo foram queimados vivos pelas autoridades eclesiásticas.

14. Outros Batistas sofreram durante o reinado de Henrique VIII, o pai da Igreja da Inglaterra. 

BATISTAS PERSEGUIDOS NOS DIAS DO REI EDUARDO VI

Após a morte de Henrique, em 1574, seu jovem filho, Eduardo VI, reinou por seis anos.

1. Eduardo interrompeu a perseguição contra os Protestantes e até mesmo concedeu-lhes perdão; mas a perseguição aos Batistas continuou. Pelo menos dois Batistas foram queimados durante o reinado de Eduardo.

2. Mesmo assim, o número de Batistas aumentava rapidamente. O bispo John Hooper escreveu em 1549 reclamando do "rebanho Anabatista" em Londres que "causam muitos problemas". É óbvio por outras declarações das autoridades eclesiásticas que nessa época existia uma igreja Batista organizada que mantinha as ordenanças. Já vimos Batistas em Londres durante o reinado de Henrique VIII. Houve também igrejas Batistas no distrito de Kent na primeira metade dos anos 1500. Em junho de 1550 o bispo Hooper escreveu, "esse distrito está convulsionado com a agitação dos Anabatistas mais do que qualquer outro do reino" (Ellis, Original Letters, I. 87).

3. Humphrey Middleton foi um dos Batistas presos por anos no reinado de Eduardo VI. Esta tática brutal foi apoiada pelo reformador Thomas Cranmer. Quando Cranmer pronunciou sua cruel sentença [contra Middleton], o intrépido Batista respondeu: "Senhor reverendo, passe a sentença que achar melhor para nós. Mas, que você não pode dizer que não foi avisado, eu testifico que você pode ser o próximo". Isso aconteceu poucos anos depois, quando o Protestante Cranmer, que apoiou a prisão e morte de Batistas, foi ele próprio queimado pela rainha católica Maria (Evans, Early English Baptists, volume 1; Foxe, Martyrs).  

4. Em maio de 1549, Joan Boucher foi presa. Ela era uma Anabatista de Kent, provavelmente membro de uma pequena congregação na cidade de Eythorne. Ela era uma senhora de posses e tinha frequentado a corte durante os dias de Henrique VIII e Eduardo VI. Ela era também amiga íntima da piedosa Anne Askew que foi queimada durante o reinado de Henrique VIII, e como Anne, amava o Novo Testamento de Tyndale e distribuía cópias dele arriscando a sua vida por causa disso. Ela levava cópias deste livro proibido debaixo de suas roupas em suas visitas a corte e em todos os lugares. Ela também visitava prisioneiros e usava de sua riqueza para aliviar o sofrimento daqueles que estavam sofrendo por causa de sua fé.

Quando de sua prisão, Joan foi acusada de "acreditar que Cristo não encarnou da Virgem Maria", mas esta acusação não era verdadeira. Ela tinha uma excêntrica e errônea crença que Maria tinha duas sementes, uma natural e uma espiritual, e que Cristo era a semente espiritual. Lendo os relatos do processo, é difícil saber exatamente o que ela tencionava crer, mas isto é bem claro: ela plenamente afirmava que Maria era uma virgem quando Jesus nasceu e que ela aceitava Cristo tanto como homem quanto Deus e como Filho de Deus nascido da virgem. Assim, se ela acreditava em alguma coisa estranha sobre a semente de Maria, não foi certamente heresia maior do que o batismo infantil e regeneração batismal e a vida sem pecado de Maria, todas essas defendidas por aqueles que condenaram Joan.

A Igreja da Inglaterra queimou Joan de Kent em 2 de maio de 1550.

5. O outro Batista que sofreu martírio no reinado de Eduardo VI foi George van Pare (ou Parris), um cirurgião da Alemanha. É uma triste mancha sobre um bom nome de um tradutor da Bíblia, Miles Coverdale, que foi juiz no processo contra Pare. Pare foi queimado em abril de 1551. "Ele sofreu com grande equilíbrio mental, e beijou a estaca e a lenha que foram usados para queimá-lo" (Burnet, History of the Reformation, II).   

6. Outro exemplo de perseguições Protestantes na Inglaterra é John Hooper. Ele foi um líder da Igreja da Inglaterra durante o reinado de Eduardo, e em 1549, ele escreveu ao líder Protestante Henry Bullinger em Genebra reclamando do "rebanho Anabatista" em Londres que "causam muitos problemas".  (Ellis, Original Letters Relative to the English Reformation, I. 65). O Protestante Hooper, que perseguiu Batistas, foi mais tarde queimado pela rainha católica Maria.

7. Outro exemplo é Nicolas Ridley, que foi queimado pela rainha Maria em 17 de outubro de 1555 (ao mesmo tempo de Latimer). Como Thomas Cranmer, Ridley estava envolvido na sentença de morte de Joan Boucher (Joan de Kent) durante o reinado de Eduardo VI. Depois de Joan ser presa em 1548, Ridley tentou fazer com que ela renunciasse as suas crenças. Ela era uma Anabatista de Kent, provavelmente membro de uma pequena congregação na cidade de Eythorne. Ela era amiga íntima da piedosa Anne Askew que tinha sido queimada durante o reinado de Henrique VIII. Joan foi acusada de "acreditar que Cristo não encarnou da Virgem Maria", mas esta acusação não era verdadeira. A Igreja da Inglaterra queimou Joan de Kent em 30 de abril de 1549. Ridley também esteve envolvido com a morte de George Van Pare em 1551. A sentença de morte deste Anabatista foi assinada por Ridley, Cranmer, e Coverdale.
 
8. O Protestante John Philpot foi queimado pela rainha Maria em 18 de dezembro de 1555. Ele também foi a favor da condenação de Joan de Kent. Ele afirmou que “quanto a Joan de Kent, ela era uma mulher presunçosa (eu a conhecia bem), e uma herética de fato, bem fazendo por merecer ser queimada...” (Philpot’s Work’s, Parker Society, p. 55). Também dessa maneira a rainha católica Maria falou a respeito do Protestante Philpot.
 
9. Outro exemplo destas lamentáveis ações foi John Rogers. Ele também apoiou a morte da Anabatista Joan Boucher. O historiador John Foxe, que para seu crédito foi contra a execução e que tentou salvar a mulher desta condenação, suplicou ao seu amigo Rogers para ajudá-lo. Rogers se recusou, dizendo que ela deveria ser queimada e falou desse tipo de morte como uma sumidade. Foxe pegou a mão de Rogers e respondeu: "Bem, pode acontecer que você tenha suas próprias mãos cheias desta branda queimadura" (Thomas Armitage, A History of the Baptists, 1890). Maravilharíamos-nos se Rogers pensasse sobre essa declaração, quando alguns anos depois ele foi levado para a pilha de feixes e queimado diante de sua esposa e de seus 11 filhos a mando da rainha Maria.   

10. Hugh Latimer foi outro famoso Protestante que apoiou a perseguição e queima de Batistas durante o reinado de Eduardo. Latimer foi queimado pela rainha católica Maria em 17 de outubro de 1555, mas antes disso ele mergulhou suas mãos no sangue dos santos. Ele foi bispo de Londres no reinado de Eduardo VI, e ainda que fosse reputado como uma pessoa bondosa, essa bondade não se estendia aos Anabatistas. Em um de seus sermões, pregado diante do rei Eduardo, Latimer chamou os Anabatistas de "heréticos envenenados" e se referiu as suas mortes nas fogueiras insensivelmente comentando: "Bem, deixai-os ir para elas" (Cranmer’s Sermons, Parker Society, vol. v).

Em relação aos seus próprios mártires, os Protestantes certamente não evidenciaram a atitude de Cranmer, "Bem, deixai-os ir para elas" – em outras palavras, já vão tarde. Não significa que eles tiveram essa atitude. Os historiadores protestantes, como Foxe e Wyle e milhares de outros tem levantado grandes memoriais aos seus próprios mártires, mas esses mesmos historiadores geralmente não têm levantado nada além do opróbrio sobre a memória dos Batistas.

BATISTAS PERSEGUIDOS NOS DIAS DA RAINHA ELIZABETH I

A rainha Elizabeth I sucedeu a católica Maria e estabeleceu a Igreja da Inglaterra em uma posição mais Protestante.

1. Ainda que Elizabeth tenha concedido liberdade aos Protestantes e tratado os católicos com moderação (ainda que eles continuamente conspirassem contra seu trono e até mesmo contra sua vida), ela tratou os Batistas severamente.

2. Os Batistas tinham aumentado em número na Inglaterra e estavam espalhados em muitas partes do país. Langley, em sua obra English Baptists before 1602, menciona igrejas em nove condados que traçam suas origens aos dias entre 1576 e 1600. Essas igrejas cresceram da pregação genuína que estava sendo feita desde muito tempo. Eles também começaram a vir da Holanda, França e outros lugares na esperança de que a rainha Protestante da Inglaterra lhes concedesse mais liberdade do que existia em seus países.
   
3. Encorajada pelos bispos da Igreja da Inglaterra, com poucos meses no trono, Elizabeth emitiu uma proclamação no qual os Anabatistas deveriam ser localizados e transportados para fora da Inglaterra, e se eles não saíssem, deveriam ser punidos. Ela disse que os Anabatistas estavam "infectados com perigosas opiniões".

Em 4 de fevereiro de 1559, a Alta Comissão da Corte foi estabelecida pelo Parlamento. A rainha emitiu uma ordem contra a pregação de qualquer doutrina contrária a Igreja da Inglaterra.

Ela proibiu a impressão de qualquer livro "herético". Também estabeleceu as "visitações reais", onde representantes da Coroa percorriam o país com o poder de descobrir hereges.

No final de 1559, o Ato de Uniformidade entrou em vigor. Ele tornou a doutrina e prática da Igreja da Inglaterra a norma religiosa de todo o país.

4. Em junho de 1575, dois Anabatistas holandeses foram queimados em Smithfield. Originalmente 11 tinham sido condenados a fogueira após julgamento no consistório da catedral de São Paulo, mas ao invés, nove acabaram sendo banidos.  

Um dos que foram queimados foi HENDRICK TERWOOKT. Ele era um jovem de 25 anos, que tinha se casado há poucas semanas. Ele tinha fugido para a Inglaterra para escapar da perseguição em Flandres, pensando que a rainha Protestante Elizabeth fosse ser misericordiosa. 

O outro condenado a fogueira foi JAN PIETERS, um senhor de idade que tinha esposa e nove filhos dependentes do seu trabalho. Sua primeira esposa tinha sido martirizada em Flandres, e sua atual era viúva de um mártir. Agora ela se tornou viúva de um mártir pela segunda vez. 

Os mandados para matar esses dois homens pela rainha Protestante eram quase exatamente os mesmos daqueles emitidos pela rainha católica Maria. 

"A rainha não mudaria de opinião. No dia 15 de julho ela assinou a ordem para a execução dos dois homens, encarregando o magistrado de Londres a queimá-los vivos em Smithfield. Uma cópia do documento está agora diante de mim. Existe também diante de mim uma cópia da ordem para execução na fogueira do Arcebispo Cranmer durante o reinado da rainha Maria. Estas ordens são substancialmente similares. Na verdade, elas têm quase os mesmos termos, palavra por palavra. Maria, a papista, condenando a morte Protestantes, e Elizabeth, a Protestante, ordenando a execução de Batistas, tem as mesmas pretensões e adotam as mesmas formas de discurso. Ambas chamam suas vítimas de "heréticos". Ambas assumem ser 'zelosas pela justiça'. Ambas são 'defensoras da fé católica'. Ambas declaram sua determinação em 'manter e defender a santa igreja, seus direitos e liberdades'. Ambas admitem sua resolução de 'desenraizar e extirpar os hereges e seus erros'. Ambas declaram que os hereges citados nas ordens de execução foram julgados e condenados 'de acordo com as leis e normas do reino'. Ambas encarregaram os magistrados a levar seus prisioneiros para um 'lugar aberto e público' e lá 'executá-los na fogueira', na presença do povo, e fazer com que eles sejam 'realmente consumidos' no dito fogo. Ambas alertaram aos magistrados que eles cometeram atos de desobediência por sua própria conta e risco" (John Cramp, Baptist History, 1852).

A rainha não tinha justificativa ao afirmar que esses homens eram perigosos ao seu trono. Eles tinham submetido a ela a seguinte declaração de fé:

"Cremos e confessamos que magistrados são estabelecidos e ordenados por Deus, para punir os maus e proteger os bons; aos quais desejamos de coração obedecer, como está escrito em I Pedro 2:13, 'Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor'. 'Pois não traz debalde a espada' (Romanos 13:4). E Paulo nos ensina que 'devemos oferecer por todos orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Porque isto ébom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem' (I Timóteo 2:1-4). Além disso, ele nos diz que devemos nos sujeitar 'aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda a boa obra' (Tito 3:1). Portanto, oramos para que Vossa Majestade amorosamente compreenda corretamente nosso propósito, o qual é, que não desprezamos a eminente, nobre, e graciosa rainha, e seu sábios conselheiros, mas os estimamos como dignos de toda honra, a quem desejamos ser obedientes em todas as coisas que pudermos. Pois confessamos juntamente com Paulo, como acima, que Vossa Majestade é serva de Deus, e que se resistimos a este poder, resistimos a ordenança de Deus; pois 'os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más'. Desse modo, confessamos estar sujeitos a Vossa Majestade, e prontos a dar, tributos, taxas, honra e temor, como o próprio Cristo nos ensinou, dizendo: 'Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus'. (Mateus 22:21). Desde que, Vossa Majestade, é uma serva de Deus, nós amorosamente oramos para que se agrade em mostrar piedade a nós, pobres prisioneiros, pois até mesmo nosso Pai no céu é piedoso (Lucas 6:36). De igual modo, não aprovamos aqueles que resistem aos magistrados; mas confessamos e declaramos de todo o nosso coração que devemos ser obedientes e sujeitos a eles, como aqui registramos" (Von Braght, Martyr’s Mirror, p. 929).

5. Em 1539, dois ministros puritanos, Copping e Thacker, foram enforcados por não conformidade (J.J. Stockdale, The History of the Inquisitions, 1810, p. xxx).

6. Na época da derrota da Armada Espanhola, em 1588, Elizabeth nomeou John Whitgift como Arcebispo de Canterbury. Em seu zelo por trazer todos em conformidade com a Igreja da Inglaterra, ele encheu as prisões de Batistas. "... aconteceu que 52 pessoas foram mantidas encarceradas por um longo período de tempo 'nas mais fétidas e horrendas prisões" sem 'camas, ou ao menos palha para se deitarem'". Em seus sermões, Whitgift chamava os Anabatistas de "pessoas desobedientes e arrogantes". Alguns fugiram do país, mas muitos permaneceram e foram perseguidos.

7. A perseguição tirou em grande medida os Batistas de vista durante o reinado de Elizabeth, mas sabemos que eles continuaram a existir. O historiador Strype descreve uma igreja em Londres, em 1588, com posições Anabatistas. Ele diz que essa igreja se reunia regularmente aos domingos, pregava a Palavra de Deus, recolhia ofertas, enviava assistência aos seus irmãos perseguidos nas prisões, não considerava a Igreja da Inglaterra uma igreja verdadeira, rejeitava o batismo infantil, e defendia que o governo não devia interferir nos assuntos de religião.

BATISTAS PERSEGUIDOS DURANTE OS DIAS DO REI TIAGO I

Quando Elizabeth morreu, Tiago I (1603-25) subiu ao trono da Inglaterra. Ele foi o rei que autorizou a tradução da obra-prima da literatura inglesa, a Bíblia do rei Tiago, que apareceu em 1611.

1. Ele também perseguiu Batistas com paixão. Eles foram presos, seus bens confiscados, e um foi queimado. 

2. O último homem queimado vivo na Inglaterra por causa de sua religião foi EDWARD WIGHTMAN, um Batista, em Smithfield em 11 de abril de 1612, durante o reinado de Tiago I (um mês antes, Bartholomew Legate também tinha sido queimado. É dito que ele era um ariano, que negava a divindade de Cristo). Wightman foi acusado de uma grande variedade de "heresias", mas como Thomas Crosby, autor de The History of the English Baptists (1738) observa, "muitas das heresias que eles o acusaram eram tão sem cabimento e inconsistentes que muito do que disseram caiu em descrédito. Se eles realmente cressem nessas acusações seriam ou idiotas ou loucos, e deveriam ter dado suas orações e assistência, ao invés de condená-lo a essa morte cruel" (Crosby, I, p. 108). Três dos artigos sobre o qual Wightman foi condenado dizem assim: "Que o batismo de crianças é uma prática abominável. Que a Ceia do Senhor não é para ser celebrada como eles estão agora praticando na Igreja da Inglaterra: Que o Cristianismo não é totalmente professado e pregado na Igreja da Inglaterra, mas em parte somente". Nesses três artigos eu tomo posição com esse antigo mártir Batista! É um fato interessante que tanto o primeiro quanto o último mártir executado na Inglaterra por causa de religião eram Batistas. "O primeiro a ser morto por esta cruel forma de execução foi William Sawtre, supõe-se muito provavelmente por ter negado o batismo infantil; e este, o último que foi honrado com este tipo de martírio, foi expressamente condenado por esta causa: assim, que esta seita teve a honra tanto de liderar o caminho quanto de comandar a retaguarda de todos os mártires que foram queimados vivos na Inglaterra" (Crosby, I, p. 109).     

3. Outros morreram durante o reinado de Tiago I, mas não nas fogueiras. Eles morreram nas prisões. Não foi por causa da bondade do rei, mas por causa do clamor do povo contra esse tipo de execução. O historiador Thomas Fuller observa que: "Politicamente, o rei Tiago preferia que hereges dali em diante, embora condenados, devessem silenciosa e ocultamente definhar longe, nas prisões, ao invés de honrá-los e deleitar a outros, com a solenidade de uma execução pública, em que um julgamento popular usurpasse a honra da perseguição" (Fuller, The Church History of Britain). Thomas Crosby concorda: "O rei Tiago escolheu então para o futuro somente confiscar seus bens e acabar com suas vidas discretamente em horríveis prisões, ao invés de honrá-los com um martírio público, onde inevitavelmente eles estariam sob a marca da perseguição" (The History of the English Baptists, I, p. 110).           

4. Em 1610, os Batistas fizeram uma petição ao Parlamento para libertá-los da prisão onde estavam por causa de sua consciência.  

Se dirigindo a assembleia de maneira humilde e gentil, a petição Batista continha essas tocantes palavras: "Uma súplica deveras humilde de pobres prisioneiros e muitos leais súditos nativos do rei prontos a testificar pelo juramento de lealdade em toda sinceridade, cujas injustiças são lamentáveis, somente por causa da consciência".

A petição está preservada na biblioteca do Parlamento e está marcada como "lida e rejeitada".   

5. Pelo menos seis dos homens envolvidos na tradução da Bíblia King James participaram da perseguição contra os Batistas e outros separatistas em 1590. 

Richard Bancroft, que reuniu as instruções para a tradução, trabalhou com o Arcebispo de Canterbury Whigift "desenraizando as congregações separatistas em Londres" (Adam Nicholson, God’s Secretaries, p. 86). Bancroft foi extremamente agressivo nessa atividade, enviando espiões para descobrir separatistas. Quando ele se tornou Arcebispo de Canterbury no lugar de Whigift, continuou a obra de perseguição contra todos os "não conformistas".

Lancelot Andrewes, triste dizer, estava envolvido nesta lamentável empreitada. Ele era encarregado dos interrogatórios de separatistas, a mando de Bancroft, indo ele mesmo nas "fétidas celas" em uma tentativa de encontrar alguma heresia contra as vítimas da inquisição Anglicana. Ele interrogou Henry Barrow, um líder separatista, em março de 1590 na prisão de Fleet. Barlow começou enfatizando que seu único padrão era a Bíblia, que "o Livro de Deus devia pacificamente decidir toda nossa controvérsia". Ele afirmou: "Eu prontamente submeto toda minha fé a ser testada e julgada pela Palavra de Deus". Andrewes respondeu que cristãos deveriam permitir "a igreja” interpretar a Escritura e que eles não deveriam exigir o direito de interpretá-la particularmente, não deveriam, como ele colocava, ter um "espírito privado". Barrow queixou-se de estar preso por três anos e que "o isolamento, a total privação sensorial, a sordidez das condições o tinham levado a uma profunda depressão" (Nicholson, p. 91). A resposta de Andrewes a este compassivo apelo foi a sua desgraça: "Para quem está preso em isolamento, você deveria estar muito feliz. A vida contemplativa e solitária eu defendo que seja a coisa mais abençoada que exista. É a vida que eu escolheria". Barrow entendeu o quão tola tinha sido esta declaração e replicou: "Você fala de forma filosófica, mas não cristã. Tão doce é a harmonia da graça de Deus no homem na congregação, e a conversão dos santos em todas as épocas, que eu penso de mim mesmo como um pardal no topo de uma casa quando estou exilado aqui. Mas você poderia estar contente também, senhor Andrewes, em se privar da prática do exercício e do ar livre por tanto tempo? Esses são também necessários para um corpo natural". Andrewes tinha de fato respondido de forma filosófica e não cristã. Não é cristão perseguir aqueles que acreditam diferentemente, lançá-los na prisão e queimá-los. Barrows foi morto em 6 de abril de 1593, após seis anos de cárcere, e Andrewes falou com ele novamente na véspera de sua morte. Barrows foi condenado a morte "por negar a autoridade dos bispos, por negar a santidade da Igreja da Inglaterra e sua liturgia e negar a autoridade sobre ela da rainha".

Henry Saville esteve envolvido nesses interrogatórios. Ele interrogou Daniel Studley na prisão Fleet.

Thomas Sparkes interrogou o jovem de 18 anos Roger Waters, que foi mantido preso por um ano "em correntes nos piores e mais pútridos antros da prisão de Newgate, conhecida como O Limbo" (Nicholson, God’s Secretaries, p. 88).   

Thomas Ravis sucedeu a Bancroft como bispo de Londres e seguiu seus passos na perseguição. "Tão logo assumiu seu lugar em Londres, ele estendeu sua mão para atormentar os Puritanos não conformistas. Entre outros que ele intimou a comparecer diante de si estava Richard Rogers, um santo e abençoado homem, que por quase 50 anos foi um fiel ministro de Weathersfield, de quem é dito que 'o Senhor o honrara como a nenhum outro na conversão de almas'. Na presença deste venerável homem, que por ter andado junto com Deus, foi chamado o Enoque de sua época, o bispo Ravis protestou, 'pela ajuda de Jesus, eu não permitirei a nenhum pregador permanecer na diocese, que não se submeta e se conforme'. O pobre prelado foi condenado a se submeter; quando ele morreu, antes sua obrigação tinha iniciado, em 14 de dezembro de 1609" (Alexander McClure, The Translators Revived, 1855).     

George Abbot, que se tornou Arcebispo de Canterbury, foi um perseguidor: "Ele não hesitaria, posteriormente em sua carreira de usar a tortura contra os infames, nem em executar separatistas" (Nicholson, p. 157). 

6. Em 1615, os Batistas fizeram uma petição ao rei Tiago por liberdade religiosa. Eles declararam sua doutrina claramente e a provaram da Escritura que não é a vontade de Cristo que cristãos persigam aqueles que têm crenças diferentes. Isto também foi rejeitado. 

7. Joseph Ivimey observa que os Batistas "sofreram severamente de 1590 a 1630". Segue uma descrição feita por um prisioneiro Batista: 

"Nossas misérias são longas e permanentes prisões por muitos anos em diversos condados da Inglaterra, nos quais muitos morreram e deixaram para trás viúvas e muitos filhos pequenos; tomaram nossos bens, e outros semelhantes, dos quais podemos provar a veracidade do ocorrido; não por alguma deslealdade a nossa majestade, nem prejudicar a qualquer homem mortal, nossos adversários eles mesmos sendo juízes, mas somente porque não ousamos consentir e praticar nessa adoração de Deus, coisas no qual não cremos, porque é um pecado contra o Altíssimo" (extraído de um trecho de "Uma Humilde Súplica de muitos e leais súditos da majestade o rei, prontos a testificar toda obediência civil, pelo juramento de fidelidade ou de maneira diferente, e da consciência, que somos perseguidos (somente por diferir em religião), contrária aos testemunhos divino e humano". (Citado por John Cramp, Baptist History).  

8. A cruel atitude de muitos ministros Anglicanos em relação aos Batistas foi exemplificada em 1644, com a publicação de "THE DIPPERS DIPT; or, the Anabaptists Duckt and Plunged over Head and Ears at a Disputation at Southwark". O influente autor Anglicano Daniel Featley, descreveu os Anabatistas em Viena sendo acorrentados em grupos e mergulhados no rio. Ele então observa friamente: "Aqui você vê a mão de Deus ao punir esses sectários de alguma forma responsáveis pelo seu pecado....". Segue outra publicação desse tipo:  
 
"De todos os hereges e cismáticos, os Anabatistas são os que mais atentamente devem ser notados e severamente punidos, senão totalmente exterminados e banidos da Igreja e do reino. ... Eles pregam e imprimem e praticam suas heréticas impiedades abertamente; eles realizam suas reuniões semanalmente em nossas principais cidades e nos seus subúrbios, e lá profetizam regularmente. ... Eles se reúnem em grandes multidões nos seus 'rios Jordão', e ambos os sexos entram no rio, e são submergidos segundo seu costume com um tipo de palavreado mágico, contendo a parte mais importante de seus errôneos princípios.....E como eles contaminam nossos rios com suas impuras lavagens, e nossos púlpitos com suas falsas profecias e entusiasmo fanático, assim impõem sofrimento e dor sob o fardo de suas blasfêmias" (Featley, The Dippers Dipt).

BATISTAS PERSEGUIDOS NA INGLATERRA ENTRE 1626-1689

A Igreja Anglicana continuou a perseguir aqueles que tentavam adorar de forma independente até quase o fim do século 17.

1. Muitos pregadores Batistas permaneceram por longo tempo nas prisões inglesas no século 17.

Francis Bampfield morreu na prisão depois de passar os últimos nove anos de sua vida em grilhões.
 
John Miller ficou preso por dez anos.

Henry Forty passou doze anos na prisão.

John Bunyan escreveu sua famosa obra "O Peregrino" enquanto esteve na prisão por 12 longos anos, impossibilitado de cuidar de sua esposa e sua amada filha cega. 

Joseph Wright ficou preso em Maidstone por 20 anos. 

George Fownes morreu na prisão de Gloucester.

Samuel Howe morreu na prisão em 1640 e foi enterrado na margem de uma estrada porque a Igreja da Inglaterra não permitiu que ele fosse sepultado em um cemitério.

Thomas Delaune e sua família morreram na infame prisão de Newgate.

Delaune cresceu em uma família católica na Irlanda, teve uma boa educação, e foi levado a Cristo por um pregador Batista. Ele se mudou para Londres e se tornou um mestre nas Escrituras e membro de uma Igreja Batista.

Benjamin Calamy, um capelão do rei, publicou um sermão desafiando os não conformistas a publicarem suas doutrinas e discordâncias com a Igreja da Inglaterra. Delaune respondeu ao desafio e escreveu sua "Contestação dos Não Conformistas". Quando o livro estava sendo impresso, foi confiscado por um mensageiro do rei e Delaune acabou preso.

Da prisão ele escreveu a Calamy e pediu que ele intervisse em seu favor, mas ele se recusou a ajudar e até mesmo a responder a carta de Delaune.

Em janeiro de 1684, Delaune foi multado em 100 marcos [N.T.: antiga unidade monetária da Inglaterra] e foi mantido preso até que a multa fosse paga, para garantir fiança por mais de um ano, e seu livro foi queimado. Como ele agora não tinha trabalho, não pode pagar a multa e sua família empobreceu. Sua esposa e seus dois filhos pequenos tiveram que viver com ele na prisão por não terem sustento, e as insalubres condições lá encontradas tiraram a vida deles um após o outro.

2. Crentes na Bíblia foram cruelmente perseguidos durante os reinados dos reis Carlos II (1660-1685) e Tiago II (1685-1688).

3.O "Ato de Uniformidade" em 1662 levou muitos aos açoites e prisões. 

A primeira resolução do Ato em 1664 proibiu todas as assembléias religiosas que não estivessem em conformidade com a Igreja da Inglaterra. As penalidades eram severas multas e prisões e para uma terceira transgressão, o banimento para as colônias na América do Norte por sete anos.

O Ato das "cinco milhas" de 1665 proibiu os pregadores não conformistas de adentrar cinco milhas [N.T.: ou 9265 metros] em qualquer cidade ou vilarejo que tivesse uma congregação da Igreja da Inglaterra. Esse ato também proibiu que eles ensinassem em qualquer escola pública ou privada. A penalidade para cada desobediência era uma pesada multa que estava além do que a maior parte das pessoas podia pagar.

A segunda resolução do Ato em 1670 foi ainda pior.  

Em acréscimo as prisões e outros tormentos, este Ato trouxe severas multas não somente para todos os pregadores e adoradores não conformistas, mas também sobre os proprietários de imóveis usados para reuniões deles. 

As multas eram pagas através da venda de bens dos crentes, que muitas vezes eram vendidas por um valor insignificante comparadas ao seu preço real. Desde que um terço do valor da multa era para o informante, muitos eram motivados a delatar os separatistas.
Muitos acabaram na miséria. Pais presos não podiam fazer nada para ajudar suas famílias desamparadas. 

Entre 1660 e 1689, em torno de 70.000 homens e mulheres sofreram perseguição religiosa na Inglaterra; 8.000 morreram; e dezenas de milhões de dólares foram pagos em multas.

4. O longo braço da Igreja Anglicana também trouxe perseguição aos crentes na América do Norte antes da sua independência. A colônia da Virgínia era Anglicana, e em 1643, o governador desencadeou a perseguição contra os dissidentes. Muitos foram chicoteados, marcados com ferro quente, encarcerados, multados e expulsos da colônia. 

5. Finalmente, em 1689, o Ato de Tolerância entrou em vigor na Inglaterra, o que reduziu grandemente a pressão sobre todos os dissidentes, concedendo-lhes liberdade de consciência e tornando uma ofensa perturbar quem quer que fosse em sua forma de adoração. Mas 155 anos depois de seu estabelecimento é que a Igreja da Inglaterra interrompeu de fato a perseguição. 

AS PERSEGUIÇÕES PROTESTANTES NA AMÉRICA DO NORTE

Os Protestantes que se estabeleceram na América do Norte, ainda que fugindo da perseguição religiosa, perseguiram Batistas, Quakers e outros que diferiam deles até a época da independência Americana e da formação da Constituição dos Estados Unidos. Vamos dar dois exemplos disso:

MASSACHUSETTS

1. Massachusetts foi fundada pela colônia de Peregrinos em Plymouth, em 1620, e pelos Puritanos da colônia da baía de Massachusetts em 1630.

Os Peregrinos eram separatistas que tinham sido forçados a fugir da perseguição da Igreja da Inglaterra. Eles ficaram por um breve período de tempo nos Países Baixos, então foram para a América. Quando estavam ainda nos Países Baixos, eles desfrutaram de alguma liberdade religiosa, mas não concederam a mesma a outros. Eles praticavam batismo infantil e denunciavam os Anabatistas.

Os Puritanos eram Anglicanos que desejavam algumas reformas na Igreja da Inglaterra, mas não queriam se separar dela. Eles trouxeram da Inglaterra o falso conceito de uma Igreja estatal e de um espírito perseguidor.
 
2. Seguem alguns exemplos das perseguições Protestantes no começo da história de Massachusetts antes da formação dos Estados Unidos.

ROGER WILLIAMS foi banido de Massachusetts em 1635.

Um homem instruído e zeloso que podia ler a Bíblia em grego e hebraico, Williams tinha chegado na América vindo da Inglaterra com sua nova esposa em fevereiro de 1631.
Ele era um ministro Anglicano, e na época que veio para a América, ainda praticava o batismo infantil.

Enquanto vivia em Plymouth, Williams pregou aos índios nativos. Ele aprendeu seu idioma e fez muitos amigos entre eles, incluindo dois de seus chefes. 

Em agosto de 1634, ele foi designado pastor da congregação Anglicana em Salem.

Mas em 9 de outubro de 1635, ele foi banido da colônia por pregar "novas e perigosas opiniões". Foi lhe dado seis semanas para partir, e em janeiro, ele foi forçado a ir para o sertão no meio de um brutal inverno na Nova Inglaterra. 

Os índios o ajudaram, e em junho, ele viajou de canoa por um rio até Rhode Island e estabeleceu o assentamento de Providence.

Outros se juntaram a ele, vindos de Massachusetts e este lugar se tornou um bastião de liberdade religiosa. Seu propósito declarado era "exibir uma experiência viva, em que um florescente estado civil pode surgir e melhor ser mantido com plena liberdade em assuntos religiosos".    

Em março de 1639, Roger Williams foi publicamente batizado por imersão, e a primeira Igreja Batista de Rhode Island foi formada. Esta é comumente considerada a mais antiga Igreja Batista na América.

Em março de 1644, Williams obteve uma autorização do rei da Inglaterra para estabelecer oficialmente Rhode Island. 

Williams escreveu "The Bloody Tenet of Persecution for Cause of Conscience", no qual ele defendeu corajosamente a liberdade de consciência.  

Ainda que muitas calúnias tenham sido lançadas sobre Roger Williams por vários historiadores, muitos escritores Batistas instruídos (bem como outros) estabeleceram o registro correto. Como Thomas Armitage e David Benedict, por exemplo. 

Em 1643, Lady Deborah Moody, proprietária de 400 acres de terra em Swampscott, foi forçada a ir para Long Island, Nova York, viver entre os holandeses para escapar da perseguição em Massachusetts. Seu "crime" foi o de negar o batismo infantil.
 
A primeira lei contra os Batistas na América foi feita em Massachusetts, em novembro de 1644. A lei ameaçava com severas punições os Anabatistas. Naquele ano, Thomas Painter foi chicoteado por negar o batismo infantil.

Em fevereiro de 1646, William Witter e John Wood de Lynn foram publicamente repreendidos e multados por negarem o batismo infantil. John Spur foi multado em julho de 1651 pelo mesmo "crime".  

Em 1651, alguns Batistas foram presos e um foi brutalmente chicoteado em Massachusetts.
Esses presos eram John Clark, Obadiah Holmes, e John Crandal.

Eles tinham vindo de uma Igreja Batista em Newport, Rhode Island, e estavam visitando o já citado William Witter, um cristão idoso em Lynn, Massachusetts. Nessa época não existiam igrejas Batistas em Massachusetts.   

Era sábado e eles realizaram um culto na casa de Witter, e enquanto o senhor Clark estava pregando o texto de Apocalipse 3:10, dois guardas invadiram a casa, os prenderam, e os levaram para a prisão em Boston.  

Holmes foi açoitado com 30 chibatadas de um chicote de três cordas. Em uma carta para uma Igreja Batista na Inglaterra, Holmes relatou a misericórdia do Senhor em fortalecê-lo durante esta provação:  

"…em verdade, quando recebia os açoites, eu tive uma manifestação espiritual da presença de Deus, como nunca havia tido antes, nem sentido, nem posso com palavras da língua carnal expressar, e a dor que transparecia foi tirada de mim, de uma maneira que eu não sou capaz de declarar, e foi tão fácil de suportar bem, sim, de certo modo, eu não sentia, ainda que fosse terrível, como os espectadores diziam, o homem batia com toda a sua força (sim, cuspindo em suas mãos três vezes, como muitos afirmaram) um chicote de três cordas, me açoitando 30 vezes. Quando ele me soltou do poste, tendo regozijo em meu coração e alegria em meu rosto, como os espectadores observaram, eu disse aos magistrados, vocês me tocaram com rosas...". 

Ainda que ele afirmasse que não sentiu a dor do açoite naquele momento, ele sofreu muito os seus efeitos. O açoite foi tão cruel em suas costas, nos lados e abdome que Holmes não pode se deitar por muitos dias depois. 

Nessa época, outros dois Batistas, John Hazel e John Spur, foram presos porque eles encorajaram e confortaram Holmes depois que ele foi chicoteado.

Depois a primeira Igreja Batista foi finalmente formada em Massachusetts por volta de 1656, e os membros "passavam a maior parte de seu tempo em tribunais e prisões; eles foram muitas vezes multados, e alguns deles banidos". O pastor dessa igreja, Thomas Gould, foi preso por causa de sua fé. Quando esta igreja mais tarde construiu um prédio para suas reuniões, as autoridades civis, em 1680, fecharam as portas com pregos e ordenaram a eles que não se reunissem ali.

Uma segunda Igreja Batista não foi formada em Massachusetts até 1749. Esta foi fundada na cidade de Sturbridge e muitos de seus membros foram presos, multados e tiveram suas propriedades confiscadas. 

Outra Igreja Batista foi formada em 1761 na cidade de Ashfield e foi tratada da mesma maneira. Muitos membros dessa igreja tiveram todas as suas terras e plantações confiscados.

3. Esta perseguição continuou contra muitas outras igrejas Batistas que foram estabelecidas naqueles dias e não teve fim até Massachusetts se tornar uma colônia dos Estados Unidos e formar sua constituição em 1780. Através dos esforços dos Batistas e outros amantes da liberdade religiosa, ela foi incluída na Declaração dos Direitos do Cidadão [N.T.: mais conhecida como Bill of Rights] garantindo liberdade de crença.   

VIRGÍNIA

1. Os primeiros a se estabelecerem na Virgínia eram quase todos da Inglaterra, e fundaram igrejas Anglicanas.

2. Pelos Atos de 1623, 1643 e 1661, todos os cidadãos foram obrigados a seguir essa religião e doutrina.

3. Os Atos da Assembléia da Virgínia de 1659, 1662 e 1663, exigia que todas as crianças fossem batizadas e proibia as reuniões de Quakers e outros dissidentes.

4. Os ministros Anglicanos eram sustentados pelas taxas recolhidas dos cidadãos.

5. Seguem alguns exemplos das perseguições Protestantes na Virgínia:

Em 4 de junho de 1768, vários Batistas foram detidos em Spottsylvania. Entre esses estavam John Waller, Lewis Craig, e James Childs. Eles ficaram quase seis semanas na prisão.  

Em dezembro de 1770, William Webber e Joseph Anthony foram presos por pregarem em Chesterfield, Virgínia. Eles permaneceram na prisão até março de 1771.  

Webber foi novamente preso em agosto enquanto estava pregando em Middlesex. Também foram presos John Waller, James Greenwood, Robert Ware, e Thomas Waford. Waller, Greenwood, Ware, e Webber ficaram presos por um mês.  

Thomas Waford foi tão severamente açoitado com chicote que levou as cicatrizes para sua sepultura.  

Em agosto de 1772, James Greenwood e William Loveall ficaram presos no condado de King and Queen por 16 dias.

Em 13 de março de 1774, todos os pregadores Batistas em Piscataway foram detidos e enviados para a prisão. Esses foram John Waller, John Shackleford, e Robert Ware.

Ao todo, 30 pregadores Batistas passaram algum tempo na prisão na Virgínia, alguns até por quatro vezes. 

6. Essas perseguições continuaram até a Virgínia se juntar aos Estados Unidos. 

7. Apesar disso, as igrejas Batistas cresciam rapidamente na Virgínia durante esses dias. A primeira igreja foi formada em 1767 e a segunda em 1769. Em quatro anos haviam por volta de 50 igrejas.

CONCLUSÃO

Tudo isso me faz lembrar a parábola do homem que foi perdoado de uma dívida. Ele devia ao seu rei 10.000 talentos, o que é uma quantia enorme de dinheiro, mas quando ele não pode pagar e suplicou ao seu rei para que tivesse misericórdia, o rei livremente o perdoou de toda sua dívida. Esse mesmo homem então se virou e perseguiu outro homem que lhe devia uma quantia muito, muito menor (Mateus 18:23-35).

De igual modo, os Protestantes de forma sincera, buscavam liberdade religiosa do catolicismo romano. Quando eles a conseguiram se recusaram a conceder a mesma aos Batistas, ainda que estes suplicassem a eles humildemente e citassem as Escrituras da forma mais sensata e piedosa possível.

Por exemplo, quando Hans Muller foi trazido diante do conselho Protestante da cidade de Zurique por sua negação ao batismo infantil, ele suplicou desse modo: "Não coloquem um peso sobre a minha consciência, pois a fé é um dom gratuitamente dado por Deus, e não é de propriedade particular. O mistério de Deus se esconde, como o tesouro no campo, o qual nenhum homem pode achar, salvo para aquele a quem o Espírito Santo o mostrar. Assim, eu imploro a vocês, servos de Deus, deixem minha fé permanecer livre" (John Christian, A History of the Baptists). A súplica de Muller foi ignorada, como foram das dezenas de milhares de Batistas daquela época.   

Sob a autoridade da parábola do Senhor e o teor de todas as Escrituras do Novo Testamento, podemos ter a certeza de que o Senhor não olhou com desconsideração a este terrível pecado e que Ele não o perdoou como muitos historiadores Protestantes têm feito. Muitos argumentam "a ignorância daqueles tempos", mas os perseguidores Protestantes daquela época tinham a Bíblia e a professavam como sua única autoridade de fé e prática. Eles, portanto, não tem desculpas por não conhecerem a vontade do Senhor. Os tempos eram muito tenebrosos, mas os Batistas, com a mesma Bíblia na mão, viram uma grande luz, e essa luz era a fé do Novo Testamento não envernizada pela tradição humana, e essa fé não nos concede autoridade para perseguir aqueles que não creem como nós. Podemos pregar contra o erro. Podemos disciplinar membros da igreja que pecam. Podemos rejeitar os hereges. Mas não podemos lançar mãos neles e forçá-los a crer como nós. Isto é característico de um lobo, não de uma ovelha. 

Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Way of Life