22 de Dezembro de 2021
Por Edimilson Tavares
Em seu livro Arminian Theology: Myths and Realities, o teólogo arminiano Roger E. Olson apresenta com clareza o pensamento que permeia a mente dos grupos evangélicos que se declaram reformados.
Assim como o termo “arminianismo”, o termo “reformado” é debatido. Uma definição extremamente restrita, limita o termo “reformado” às pessoas e movimentos que juram fidelidade aos três “símbolos da unidade” - o Catecismo de Heidelberg, a Confissão Belga e os Cânones do Sínodo de Dort. Isso excluiria, entretanto, muitos Presbiterianos em todo o mundo que acreditam que também são reformados! Também excluiria congregacionalistas, batistas e muitas outras igrejas e organizações que declaram ser, e geralmente são pensadas como Igrejas Reformadas em sua teologia. A definição mais ampla da teologia Reformada inclui todos os que declaram ser reformados e podem demonstrar alguma conexão histórica com a parte suíça e francesa da Reforma Protestante - mesmo se a teologia dele ou dela for uma revisão radical da teologia de Calvino, Zwinglio e Bucer. A Aliança Mundial das Igrejas Reformadas (WARC) abrange muitos dos tais grupos revisionistas, incluindo a irmandade Remonstrante dos Países Baixos (a denominação original Arminiana)! Entre as definições mais restritas e mais amplas, há uma variedade de descrições de teologia Reformada, incluindo quaisquer teologias Protestantes que enfatizam a soberania de Deus, que enfatizam a Palavra e o Espírito como fontes gêmeas e normas da teologia, e que apreciam Calvino como o mais puro reformador do século dezesseis. Historiadores da Igreja Luterana e teólogos históricos tendem a agrupar praticamente todos os Protestantes fora da tradição Luterana na categoria Reformada. Para muitos Luteranos até a Igreja da Inglaterra (Igrejas Episcopais nos Estados Unidos) e as Igrejas Metodistas são reformadas. Certamente isto expande o termo desconfortavelmente restrito.
Existem grupos evangélicos mundo afora que se autodenominam “moderadamente reformados” ou mesmo “calminianos”, apontando para um híbrido mítico do calvinismo e arminianismo. Certamente o foco principal daqueles que se autodenominam “reformados” são os "CINCO SOLAS" da reforma protestante, mas sem dúvidas, a tão aclamada SOLA SCRIPTURA tem sido o “SOLA” mais pisoteado pelos calvinistas, por conta das doutrinas e invencionices de seus grandes mestres, por exemplo: a doutrina do lapsarianismo, o pedobatismo (batismo infantil) , os controversos cinco pontos do calvinismo e outras crenças que destroem o caráter e a reputação de Deus, atribuindo a ELE uma personalidade totalmente estranha ao texto sagrado.
Preferimos ficar com a apresentação que DEUS fez de si mesmo nas sagradas escrituras (algo mais que suficiente), afinal, não precisamos da lupa de Calvino e de outros mestres (equivocados) para mirarmos o Cristo crucificado que nos resgatou das trevas para a sua maravilhosa luz. Quanto ao uso do termo "reformado" por grupos e denominações revisionistas, a cristandade deve levar em conta um fato histórico - os calvinistas sequestraram a reforma protestante e usurparam o termo "reformado" - depois que fizeram uso da violência contra os outros grupos cristãos que impulsionaram o movimento da reforma religiosa, o que torna justa a apropriação e o uso daquele termo pelos demais grupos protestantes herdeiros (teologicamente) dos grupos supracitados. Os calvinistas antigamente praticavam o velho hábito mundano e ímpio de assassinar os discordantes e oponentes de sua teologia em fogueiras ou afogados nos grandes rios europeus, no caso dos crentes anabatistas que negavam o pedobatismo a seus filhos. Por esta razão somos reformados sim, calvinistas jamais!!!
REFERÊNCIAS
Roger E. Olson, Arminian Theology: Myths and Realities - p. 46-49
Richard A. Muller, God, Creation, and Providence in the Thought of Jacob Arminius (Grand Rapids: Baker, 1991), p. 271.
Alasdair I. C. Heron, “Arminianism,” in The Encyclopedia of Christianity, trans. GeoffreyW. Bromiley (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), 1:128-29.